12.1.08

Do peso e suas consequências

Neste momento assalta-me uma necessidade urgente de renegar a todos os meus desejos e pretensões vãs. Assistir-me de uma força incomensurável pela força das palavras para livrar-me de tudo o que me despoja do que é realmente necessário para levar uma vida digna de ser vivida, passe a expressão.
Tudo isto num nível meta-supra-hiper real ou, por outras palavras e nem por isso, num plano subjectivo, mental, sensitivo-sensual e espiritual. Tudo nisto num plano mais terrestre e à rés do chão, quero dizer, no plano do material e activo, das acções e actos.
Livrar-me da carga que carrego e não tenho tido olhos para visualizar, por apresentar-me ao espectador como um "gibas", um corcunda. Reordenar a espinha dorsal, aquietando os ombros e e o pescoço de tensões inecessárias à saúde dos mesmos e do corpo.
Deitar na fúria do vento que passa as palavras gastas, atirar-me os gestos cansados ao sol que queima e renova. Deixar correr o sangue, o suor, as lágrimas e toda a baba e ranho nessa água que vem dos céus para lavar a terra, irrigando-a no seu ventre para a vida nova que sustem e sustenta, na força dos milénios e conjunções de destruição.
Esvaziar a mala desses trapos velhos comidos de vaidade e desses panfletos rasgados pela razão do tempo. Derrubar todas as prateleiras cheias de inutilidades e lixo mental.
Enfim, ajustar a carga ao burro. Enfim, aligeirar o peso que lhe tolhe o espiríto. Enfim, deixá-lo livre e ligeiro para, num rasgo de sonho e fantasia, poder fazer-se ao caminho como cavalo selvagem!

1 comentário:

Victor Sousa disse...

Vai. deixa o cavalo soltar-se mas podes começar a fazer umas flexões agora se quiseres.

Forza!