6.6.09

O grande peixe

No meio das minhas preocupações diárias, infundadas e muito terrenas, surgiu-me uma questão que me tem ocupado a moina durante largo tempo. Quando exponho esta digna questão a algumas pessoas que me têm inquirido acerca do meu ar pensativo, cada qual acrescenta o seu ponto de vista e enquadra uma nova abordagem do tema. Importante partilhar, pensei eu, ao fim de alguns dias, porque de facto havia considerações não cogitadas, detalhes que ao princípio pareceram menores e não merecedores de maior atenção.
"Quantos litros de água são necessários para criar um peixe?"

15.8.08

Se soubesse

Se soubesse quantas estrelas
Existem no teu olhar
Se soubesse quantos sóis
Brilham no teu sorriso
Se soubesse quanto fogo
Queima no teu toque
Se soubesse quanto segredo
Guarda o teu paladar
Se soubesse quantos impérios
Encerram os teus lábios
Se soubesse quantas viagens
Percorreria pela tua pele
Se soubesse quantos aromas
Emanam do teu centro
Se soubesse de quanta seda
É feito o teu cabelo

Se soubesse...
Morreria a vontade de te querer saber

A Dança Da Magia

Quero a magia dos dias despudorados
Sem conflitos, sem rostos rasurados
A magia das inenarráveis possibilidades
Da insaciável sede de infinito

Perguntas-me quanto de realidade
Existe nos meus passos cansados
Perguntas-me quanto de realidade
Existe nos meus sapatos gastos

Respondo-te que um olhar
Mergulhado nos teus olhos cristalinos
É como a alegria de uma criança
Que na praia virgem faz a sua dança

Que a viagem existe para se esgotar
A vontade de se caminhar

Que na borboleta que no vento balança
Existe já o sonho do voo

Que no passo que se adianta
Habita já a memória daquele que agora se dá

9.8.08

Poste do lixo



Aprecio nesta foto a capacidade inventiva dos romenos.

Tem sido uma questão fortemente debatida na nossa contemporaneidade a questão do destino a dar ao lixo.

Ora aqui está uma bela ilustração funcionando como resposta.

Que dizer da vontade tida por estas pessoas de se baixarem para poder preencher este espaço público?

Tiveram como visão evitar a morte por "esticamento" de algum cão que ali fosse esvaziar a bexiga?

7.8.08

On the sunny side of life

Walk on the sunny side of life.
In the other there may be trees and on them birds that may shit on you.

19.3.08

Orgânico, Ecológico e Biológico

Que há de comum entre uma pêra convencional e um quivi orgânico?
Será que um quivi orgânico é ao mesmo tempo um quivi ecológico?
Os termos orgânico, ecológico e biológico têm sido usados como sinónimos. Apesar de interconectados, não significam necessariamente o mesmo.
Um produto orgânico/biológico é aquele que respeita a vida (bio=vida) e o ciclo vital nas suas diferentes manifestações: vermes, bactérias, insectos, aves, etc. Daí que se processe sem o recurso a pesticidas, insecticidas, herbicidas, vermicidas e adubos sintéticos. Os adubos utilizados costumam ser o animal e ainda outras mistelas feitas a partir de plantas, o chamado adubo verde, conhecido na terminologia anglo-saxónica por green manure. As técnicas e métodos utilizados costumam ser um conjunção de conhecimentos recentes e antigos, demasiado vastos para serem mencionados aqui.

Um produto orgânico, até chegar ao consumidor, pode perder toda a sua qualidade de ecológico. Tomemos como exemplo um quilo de quivis produzido na Nova Zelândia. Para que esse produto chegue a Portugal teve de ser transportado através de milhares de quilómetros, seja por mar ou por ar. Certamente que foi transportado acondicionado, embalado ou não, em contentores frigoríficos. Para além disso, terá ainda de ser transportado desde o porto até aos armazéns revendedores de fruta ou outras superfícies comerciais. Estas e aqueles serão ainda responsáveis pela embalação do respectivo produto. Por fim, o transporte para o consumo final.
O petróleo usado directa ou indirectamente no transporte (desde a origem até ao consumidor), na refrigeração e conservação do produto orgânico e no fabrico das embalagens, para além de encarecer o preço inicial do quilo de quivis, irá retirar ao quilo de quivis orgânicos toda a vantagem que tinha ao princípio, isto é, deixa de ser ecológico para se tornar anti-ecológico, por força do uso de recursos não-renováveis.
Pergunta-se ainda: “Será preferível o consumo de um quivi orgânico a uma pêra convencional?” Como vimos no exercício e exemplo anterior, a escolha pode ser indiferente, porque ambos são anti-ecológicos. Já numa comparação entre um produto orgânico e ecológico e outro convencional, a escolha recai, sem dúvida alguma, no primeiro.

Antes de consumir um produto orgânico esteja atent@ às seguintes questões: origem, embalagem, para além do respectivo símbolo que o certifica como tal. É preferível consumir produtos locais, procurando evitar o uso de embalagens. Assegure-se ainda de que está na época da sua produção, pois a qualidade muito depende daquela. Se fizer as suas compras o mais perto de casa, de preferência directamente ao produtor, estará a contribuir para a ecologia do seu consumo.
O preço dos produtos orgânicos e ecológicos, quando comparados com os convencionais, é certamente um obstáculo ao seu consumo. Porém, há que ter em conta que nem todos os custos associados aos produtos convencionais costumam ser contabilizados. Refiro-me, de uma forma geral, à poluição e degradação do meio ambiente de que são responsáveis quando comparados com os primeiros. Há ainda que reter questões relacionadas com a saúde.

A escolha é sua, prefira o melhor.

Pequenos gestos fazem a diferença.

12.1.08

Do peso e suas consequências

Neste momento assalta-me uma necessidade urgente de renegar a todos os meus desejos e pretensões vãs. Assistir-me de uma força incomensurável pela força das palavras para livrar-me de tudo o que me despoja do que é realmente necessário para levar uma vida digna de ser vivida, passe a expressão.
Tudo isto num nível meta-supra-hiper real ou, por outras palavras e nem por isso, num plano subjectivo, mental, sensitivo-sensual e espiritual. Tudo nisto num plano mais terrestre e à rés do chão, quero dizer, no plano do material e activo, das acções e actos.
Livrar-me da carga que carrego e não tenho tido olhos para visualizar, por apresentar-me ao espectador como um "gibas", um corcunda. Reordenar a espinha dorsal, aquietando os ombros e e o pescoço de tensões inecessárias à saúde dos mesmos e do corpo.
Deitar na fúria do vento que passa as palavras gastas, atirar-me os gestos cansados ao sol que queima e renova. Deixar correr o sangue, o suor, as lágrimas e toda a baba e ranho nessa água que vem dos céus para lavar a terra, irrigando-a no seu ventre para a vida nova que sustem e sustenta, na força dos milénios e conjunções de destruição.
Esvaziar a mala desses trapos velhos comidos de vaidade e desses panfletos rasgados pela razão do tempo. Derrubar todas as prateleiras cheias de inutilidades e lixo mental.
Enfim, ajustar a carga ao burro. Enfim, aligeirar o peso que lhe tolhe o espiríto. Enfim, deixá-lo livre e ligeiro para, num rasgo de sonho e fantasia, poder fazer-se ao caminho como cavalo selvagem!